sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Episódio 1



Acordou lá pelas 6h15min. Desligou o despertador. Espreguiçou. Estava frio e a vontade de levantar-se da cama era pouca. No chão, logo abaixo do bidê, ao lado da cama, Jubiabá entreaberto. Queria terminar a leitura do livro, mas havia lido apenas duas páginas quando o sono o venceu.
Pelas frestas da janela, a claridade entrava. Ainda assim, ele não podia saber se o dia teria sol ou chuva. Se fizesse sol, iria para o Parque dos Sabiás; com chuva, iria para a Praça Pio X.
Esticou os braços, afastou as cobertas e sentou na cama. Estava preocupado. O mês tinha tido muitos dias de chuva e ele havia pontuado poucas horas de trabalho. Estava ansioso. O encontro marcado com o primo naquela manhã poderia mudar sua história.
Levantou-se e abriu a janela. Seria um dia de sol e vento. Já sabia. Vestiu-se. Foi até a cozinha, tomou seu café ligeirinho e saiu para esperar a Kombi.
Altayr achava graça em ter ficado conhecido pela cidade toda como Varre Tudo, mesmo nome da companhia para a qual trabalhava. O apelido foi dado pelo colega Abelhão e colou igual apelido que se ganha na escola e se carrega durante a vida toda. Altayr varria tudo rápido mesmo.
- Varre tudo rapidinho! Assim, sobra menos serviço pra mim! – dizia rindo o Abelhão.
A Kombi parou. A Shirley e Josias, seus companheiros de serviço no Parque, já estavam nela. Quem dirigia era o Capitão do Mato. Pegaram os dois roçadores, Manuel e João, e os garis, Abelhão e Junior.
Shirley e Josias conversavam como bons amigos. Os roçadores, sempre quietos. Abelhão perguntava para Junior:
- Com quem vai se encontrar hoje, hein? Quem vai ser a namorada do dia?
Junior dispensava a resposta apenas com um olhar.
Varre Tudo pensava:
- Ninguém sabe.
Desembarcaram da Kombi na sala central da COVAT. Varre Tudo foi o primeiro a bater o ponto e logo vestiu o uniforme. Desta vez, não aguardou para ler o jornal, como fazia todas as manhãs.
- Eu já estou indo. Tenho que ver meu primo no caminho. Coisa rápida. Encontro vocês na sala do parque.
Descendo a pé até o parque, encontrou com Jéferson. Ele entregou o papel que havia sido impresso de uma página da internet. Varre Tudo leu o documento. Ele não sabia exatamente o que sentia. Ficou sério e muito pensativo. Despediu-se do primo.
No parque, a temperatura era mais baixa, pois as árvores e a profundidade do lugar não permitiam que o sol chegasse ali tão cedo. Varre Tudo cumprimentou o guarda Juseppe com a cara de sempre. Juseppe era tão lento, que quase nem viu Varre Tudo. Mas teve tempo de cumprimentá-lo, com o mesmo sorriso de todos os dias.
Varre Tudo nem sentia o frio. Estava concentrado no que tinha lido no documento. Subiu a escadaria para ir até a sala. Antes de dobrar e guardar o documento no bolso, ele releu o resultado. Na sala, havia só a dona Arzelina. Os colegas estavam a caminho. Queria contar para Arzelina, queria desabafar. Mas precisava pensar muito a respeito. Arzelina falava e ele nem ouvia. Seu pensamento não estava mais ali.

7 comentários:

Anônimo disse...

Cara, parece aqueles textos dos livros did�ticos que a gente era obrigado a ler na quinta s�rie e depois resnponder cinco perguntas, tipo:

1) Quem � o personagem principal?

Anônimo disse...

Notei que o texto não possui nenhuma característica predominante como humor ou sátira, por exemplo. Assim, parece escrever por escrever, tá faltando "sal"... Sei que é o primeiro trecho, mas fica a sugestão de aprimorar o estímulo para os leitores.

Anônimo disse...

que merda é essa? e esse layout? vcs estão na faculdade mesmo?

Anônimo disse...

Anônimo 1: Realmente parece isso, sabe por quê? Isso se chama literatura infanto-juvenil ou "literatura didática" para alguns. E o texto está ótimo exatamente por causa disso.

Anderson: Notei alguma coisa que dá pra definir como "conscientizador social" no texto. Argh. Tudo bem isso não quer dizer nada :-P. Mas não acho que esteja sem sal. Acho que é um começo ótimo e bem leve.

Anônimo 3: han.

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Parabéns! O texto está muito bom, dá até vontade de voltar a ler aquelas coleções tipo... é... ah esqueci o nome, mas era aquelas que a gente lia na escola :)

Abraços e continuem!

Anônimo disse...

"Com 19 anos, estudante do 2º semestre de Letras pela Universidade de Caxias do Sul (UCS)..."

André, depois de ver teu perfil, entendi como te contentaste com um texto tão medíocre.

Anônimo disse...

Já que você gostou tanto do meu blog, fiz um texto especialmente pra você, que tal hein?

http://www.lendo.org/literatura-infanto-juvenil-o-bom-o-ruim-e-o-mediocre/

Anônimo disse...

Boa a história, tipo de narrativa simples que, acredito, seja o objetivo. Original iniciativa de comunicação. Bem escrito.
Mas, se aceitarem minha sugestão, não aceitem se não acharem conveniente, numa narrativa, para prender o leitor, inda mais se for principiante, há que havermais suspense, algo que prenda o leitor, que o faça voltar. Abusem da tragedinha, um colorido do dia a dia (um cachorro que foi atropelado, o dono desesperado, mais personagem...).
E abusem também dos diálogos. Neste caso não vejo necessidade de um narrador imperando. Deixe que os personagens se apresentem, falem por si. Isto também cria empatia com o leitor.
De um modo geral, acho que dá pé. Essas dicas são regrinhas de dramaturgia.
E não permitam que críticas invejosas e sem propriedade desestimulem vocês.
Se precisarem de uns toques, estarei à disposição. No momento estou envolvida, dentre outras coisas, com roteiro infantil.
Boa sorte. Vai pra frente sim! :)

Beijos.